quarta-feira, 10 de junho de 2015

O fantasma da Ópera

Como relembra Leroux, a Ópera esta construída sobre um pântano e foi no pântano que se gerou o fantasma, que, ao longo de anos foi provocando acidentes.
Deu cabo de muita coisa, queimou barcos, destruiu searas, queimou casas, enganou os empregados da Ópera quando eles deixaram de acreditar na banca onde colocavam o dinheiro, lançou a confusão entre todos os que frequentavam o espaço montado sobre aquele grande lençol de água, de que releva a própria natureza do pântano.
Descobriu-se, um dia, que o fantasma tinha chantageado dois administradores da Ópera, exigindo-lhes o pagamento de 20.000 francos mensais, compensando a reserva forçada do camarote número cinco.
Cristina ameaçava ter sucesso e destruir Carlota, a diva consolidada desde a primeira atuação. Acreditava ela que tinha dentro de si o Anjo da Música, enviado por seu pai, depois da morte.
À medida que o sucesso parecia crescer, Cristina foi descobrindo que  o anjo tinha uma máscara, encobrindo o fantasma, o horrível Erik, que era o contrário de tudo o que ele dizia e de tudo o que todos conseguiam ver.
Erik prendeu-a e prendeu-lhe o sucesso dizendo que somente a deixará partir se ela prometer não amar ninguém além dele e juntar-se a ele.
Cristina amava Raul, mas estava fascinada pelo fantasma do seu sucesso. Forçada a opções, cogitou casar em segredo com Raul e fugir da Ópera, apesar do sucesso. Mas o fantasma descobriu, e raptou Cristina do palco, quanto ela atuava no Fausto de Gounod.
Os aposentos de Erik, o fantasma, eram nos baixos frios da Ópera, para onde ele convocou Raul.
Cristina e Raul enlouqueceram na câmara de suplícios sob o olhar de Erik, o fantasma,  chegando a iniciar o enforcamento com o laço de Punjab
O fantasma Erik ameaçou matar todos os operários e artistas e destruir a Ópera, se Cristina não optasse por ele, como aconteceu naturalmente, numa tentativa de salvar a vida a todas as outras pessoas.
Ela prometeu-lhe casar com ele, se libertasse o Persa e Raul da câmara dos suplícios. Erik, o fantasma, soltou o Persa mas manteve Raul, enclausurado no ponto mais distante dos local mais distante dos subterrâneos da Ópera.
Erik regressou à câmara onde se encontrava Cristina e encontrou-a vestida de noiva. Deu-lhe um beijo na testa e ela, resignada, aceitou-o placidamente, sem lhe mostrar medo.
O fantasma, que pela primeira vez constatou que foi tratado sem rejeição, enebriou-se, começou a chorar e disse a Cristina que podia ir embora e casar com Raul, o homem que ela amava.
Ele, o fantasma  Erik, não passaria de um cachorro aos seus pés, no que logo se transformou.
Cristina e Raul casaram e partiram para não mais serem vistos e o fantasma da Ópera morreu passadas três semanas. O Persa fez publicar um anúncio na página habitual do Diário de Noticias.
A emigração não é um mito urbano em Portugal.
O fantasma da Ópera é um mito urbano em todo o mundo ocidental.

Não sei porque me lembrei disto quando ouvia o discurso de Cavaco Silva.

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