quarta-feira, 17 de julho de 2013

Para que são necessários os partidos políticos?

Todos os partidos políticos falam de responsabilidade e da necessidade de o país cumprir os seus compromissos.
A afirmação tem o sabor de paradoxo, quando se constata, por simples refrescamento da memória que eles são os campeões do incumprimento.
Em Portugal houve eleições há pouco mais de dois anos.
Se relembrarmos os compromissos assumidos pelos partidos para caçar o voto dos eleitores, somos obrigados a concluir que nenhum deles os respeitou e que nenhum deles cumpriu até agora os compromissos assumidos com o eleitorado.
Só pode haver uma justificação para isso: terem cedidos aos interesses dos outros, com quem o país tem relacionamentos.
Esta prática da generalidade dos partidos lembra-me aqueles advogados sem escrúpulos que tudo fazem para arruinar os clientes e lhe ficarem com o património.
Talvez não seja alheio o facto de boa parte dos deputados serem advogados que nunca conseguiram sobreviver como tal e tiveram que manter as piores tradições na política.

17/7/2013


domingo, 5 de maio de 2013

Maturidade

A garotada que tomou conta da Europa - os jovens ativos contra uns maduros mais ou menos passivos, moles e asquerosos -  resolveu gozar com eles e associar-lhe a lógica do prazo.
É,  provavelmente, a mensagem mais sinistra, depois do nazismo.
O prazo para o pagamento passou a chamar-se prazo de maturidade, como se isso tivesse alguma coisa a ver com a inteligência, a razão ou o bom senso.
É, para além do resto, a decadência cultural - e axiológica - da Europa. De uma Europa que deixou se saber o que ela própria é e, ainda mais, do que ela deve ser.
Vamos lá preparar-nos para mais uns empréstimos com uma maturidade de cinco anos...
Bardamerdas...

sábado, 9 de março de 2013

Porque é que os particulares não podem emprestar dinheiro ao Estado

Os bancos financiam-se junto do Banco Central Europeu à taxa de 0,75% ao ano. O dinheiro que entra nos seus cofres multiplica-se, porque a reserva legal é inferior a 10% do total dos depósitos, sendo que os empréstimos se transformam, por regra, em depósitos, porque os clientes dos bancos depositam no próprio banco o que lhes é emprestado. 
Os mais baixos  juros das dividas públicas são sempre superiores a 4.5%. Mesmo sem contar com o efeito multiplicador do crédito - ou seja: se os bancos emprestassem aos Estados, sem os multiplicar, os recursos que vão buscar ao BCE - as entidades financeiras ganham, pelo menos 3,75% ao ano, só de juros, sem contar com as comissões.
Para um pequeno país como Portugal, com uma dívida publica da ordem dos 200.000 milhões de euros, a negociata rende um lucro mínimo de 7.500 milhões de euros, uma brutalidade.
O BCE ganha apenas 0,75%, o que, tomando a base dos 200.000 milhões dá um resultado de 1.500 milhões.
Os chamados "credores" não são mais do que especuladores, que usam o dinheiro do BCE para  realizar fortunas colossais, no uso da mesma regra que dizia que a emissão de moeda era exercício da soberania.
Bem se compreende que os particulares não possam emprestar dinheiro aos Estados.

A lógica do pelicano


A dívida pública tem que crescer, porque se isso não acontecer os bancos vão à falência.
Para evitar isso, o governo estrangula os cidadãos, mata-os do coração e de angústia.
Como se um Estado precisasse dos bancos para sobreviver. É a revolução ao contrário.

Justificação deste blog


Não sei porquê, desapareceu o texto com que se abriu este blog...

A lógica, originária do grego λογική, que se lê, mais ou menos como logos, é, no essencial o estudo sobre o raciocínio válido, segundo uns ou sobre a validade do raciocínio, segundo outros.
A lógica foi entendida, ao longo de todos os tempos, como a principal prostituta dos filósofos e dos políticos. Por isso mesmo, um amigo meu, apreciador da lógica contemporânea - e libertário, por natureza - costuma dizer que a a lógica é fodida, pois que tanto nos ajuda a descobrir a verdade como nos faz enveredar pelos caminhos da mentira e da ignomínia.
A lógica tem, contemporaneamente, uma utilidade essencial para a argumentação, que se transformou  quiçá, na principal indústria do inicio do século XXI.
A argumentação tem como objetivo essencial convencer um individuo ou um grupo social a seguir os argumentos do argumentador. 
Bem se compreende que a lógica se tenha desenvolvido em estreita conexão como a política e a guerra. Basta ler, com um mínimo de atenção a República de Platão, O Principe de Maquiavel  ou Da Guerra, de Von Clausewitz.
A lógica, nada tem a ver com o direito nem com a justiça, confundindo-se, mais hoje do que antes.
O direito - no sentido de marcador da justiça - foi definido por Ulpiano (150-223) como uma síntese de viver honestamente, não lesar os outros e dar a cada um o que é seu (honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere).
Ao contrário da lógica - e mesmo da política - o direito, visto nesse sentido, não é um exercício lúdico.
Ao contrário, a política é, cada vez mais, a arte de nos esconder aquilo que nos interessa, como ensinava Voltaire.
Vamos brincar aqui à lógica, ao direito e à política.

24/10/2012

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A revolução ao contrário


É a lógica do pelicano. A última explicação para o crescimento da dívida pública foi hoje anunciada por um jornal. Se não fosse ela os bancos iriam à falência.
Para evitar isso, o governo estrangula os cidadãos, mata-os do coração e de angústia.
Como se um Estado precisasse dos bancos para sobreviver.
É a revolução ao contrário.

A justificação do nome do blog


Não sei o que levou este texto, que abria o blog para outro lado.
Estranho. Aqui fica, depois de recuperado:


A lógica, originária do grego λογική, que se lê, mais ou menos como logos, é, no essencial o estudo sobre o raciocínio válido, segundo uns ou sobre a validade do raciocínio, segundo outros.
A lógica foi entendida, ao longo de todos os tempos, como a principal prostituta dos filósofos e dos políticos. Por isso mesmo, um amigo meu, apreciador da lógica contemporânea - e libertário, por natureza - costuma dizer que a a lógica é fodida, pois que tanto nos ajuda a descobrir a verdade como nos faz enveredar pelos caminhos da mentira e da ignomínia.
A lógica tem, contemporaneamente, uma utilidade essencial para a argumentação, que se transformou  quiçá, na principal indústria do inicio do século XXI.
A argumentação tem como objetivo essencial convencer um individuo ou um grupo social a seguir os argumentos do argumentador. 
Bem se compreende que a lógica se tenha desenvolvido em estreita conexão como a política e a guerra. Basta ler, com um mínimo de atenção a República de Platão, O Principe de Maquiavel  ou Da Guerra, de Von Clausewitz.
A lógica, nada tem a ver com o direito nem com a justiça, confundindo-se, mais hoje do que antes.
O direito - no sentido de marcador da justiça - foi definido por Ulpiano (150-223) como uma síntese de viver honestamente, não lesar os outros e dar a cada um o que é seu (honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere).
Ao contrário da lógica - e mesmo da política - o direito, visto nesse sentido, não é um exercício lúdico.
Ao contrário, a política é, cada vez mais, a arte de nos esconder aquilo que nos interessa, como ensinava Voltaire.
Vamos brincar aqui à lógica, ao direito e à política.

24/10/2012

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Falta de condenações

Uma organização internacional manifestou-se preocupada em razão da falta de condenações por tráfico de seres humanos em Portugal.
É a indústria das ONG a mexer, com o apoio da imprensa.
Se não há crimes como pode haver condenações? E porque é que há-de haver condenações?
Apenas para alimentar a indústria.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Contributo para a reforma do Estado

Num tempo em que tudo indica que vão acabar com as reformas, até pensam em reformar o Estado, talvez para depois o tratarem como um velho e o mandarem para o caixote do lixo da História.
Perguntarão uns, então, quando já não houver pedra sobre pedra e os invejosos tiverem retirado os rails separadores das auto-estradas, os chineses tiverem levado o cobre, para derreter e os alemães tiverem transformado o mar da Palha numa mini Somália, de todos os seus detritos:
- O que é feito do Estado?
- Reformou-se...
A reforma do Estado é, a um tempo, umas ilusão para os que acreditam no futuro e uma refinada vigarice para os que apostam, essencialmente, no presente.
Não está em causa a boa está e criteriosa gestão dos recursos públicos, quando estes são usados para satisfazer interesses privados, no mesmo país em que são lançadas para o lixo duas empresas por dia. O Estado mata essas empresas e ajuda a enterrá-las; mas injeta biliões nos bancos e nos negócios dos que têm proximidade com a mesa do poder.
A mais recente manifestação de pouca vergonha está numa notícia que nos diz que o governo vai gastar 830 milhões de euros em propaganda de apartamentos que estão embarracados, porque ninguém os compra.
Quem é que se dispõe a comprar apartamentos na Etiópia, mesmo que as águas do Índico  sejam mais quentes do que as que banham a costa portuguesa?
Deixem o Estado reformar-se mas não roubem mais os cidadãos.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Les maquereaux

Se esta canalha que nos governa fosse minimamente honesta concluiria que não produz nada e que, por isso mesmo, nada deveria receber do Estado. O Orçamento de Estado, que é alimentado pelos pelos impostos, deveria servir para pagar a quem trabalha: os professores, os médicos, os juizes, os polícias. Os cargos políticos - todos somos políticos - deveriam ser ocupados em regime de voluntariado.

O horror da economia

Não reconheço a economia como ciência.
Tenho alguns economistas entre os meus amigos. Os que são honestos e consideram a economia como uma ciência falharam todos nos seus negócios e estão falidos. Ainda hoje emprestadei 200 € a um, que está na miséria.
Gostei de ouvir o professor da Faculdade de Economia de Lisboa, um tal Machado, que nunca tinha visto antes na TV, a dizer que a compra de pareceres pelos governos a técnicos que estejam ligados a instituições internacionais tem a ver com a credibilidade que, alegadamente, é maior do que a dos técnicos do governo, mesmo que os autores dos estudos não tenham qualquer currículo.
Luís Nazaré, outro prestigiado economista, que já passou por várias empresas em falência técnica, disse que o país paga 500 mil milhões pela gestão do programa de ajustamento, o que é, obviamente, um disparate, mais do que o dobro do PIB.
Tudo isto me parece muito bom para os astrólogos, que ganham margem de manobra por relação aos economistas.
Não me admirará se o Prof. Karamba for contratado por Passos Coelho ou se a Maia for solicitada a colaborar com o PS pelo António José Seguro.
Se não estivesse tanto frio, iria hoje às putas, numa homenagem à honestidade. 
Vou desligar a televisão e por um filme... Ou ouvir um apóstolo de uma das igrejas que pregam a estas horas.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Quando eu era pequenino...

Quando eu era pequenino as pessoas não guardavam o seu dinheiro nos bancos. Escondiam-no nos colchões e em buracos, nos currais das vacas e dos porcos.
Os meus avós nunca tiveram contas nos bancos. O avô Mateus tinha uma carteira de couro, onde guardava o dinheiro que emprestava aos filhos, para comprar terras, quando havia uma oportunidade de negócio.
O meu pai e o meu tio Joaquim tinham carteiras iguais, mas mais pequenas.
Lembro de o meu pai, que era um pequeno lavrador, ter sido assediado, durante dias e dias para depositar as suas poupanças no Banco Borges e Irmão, em Cantanhede.
Resistiu durante dois invernos, a conselho do meu avô, que sempre lhe criticou a leviandade de depositar o dinheiro no banco.
Com a sua sabedoria, o meu avô Mateus sabia que o dinheiro que se deposita no banco deixa de ser nosso, passando a ser do próprio banco, que apenas fica obrigado a entregar-nos a mesma quantidade, no fim do prazo estipulado, ou à vista.
Tudo isto se passou há uns 50 anos. E continua a haver muita gente convencida de que o dinheiro que se deposita nos bancos é dos depositantes, o que constitui uma pura mentira.
Quando depositamos o dinheiro no banco ele deixa de ser nosso. Por isso me parece que, neste tempo controverso e inseguro, o que é prudente é guardar o dinheiro em espécie, algures, num lugar seguro.

O democracia relatorial

Os relatórios são muito mais importantes do que os cidadãos. Para os políticos que tomaram conta do meu país os cidadãos, os eleitores, que cometeram a sublime loucura de os levar ao poder, não passam de uns merdas, cujo voto não vale nada nem merece nenhum respeito.
Só assim se compreende o aplauso de algumas figuras de proa da situação, em aplauso a um relatório elaborado por um grupo de rapazes que trabalham para o Fundo Monetário Internacional, no qual se defende o contrário do que foi sustentado em todos os programas eleitorais apresentados nas últimas eleições,
É a lógica de democracia relatorial, uma alternativa dos nossos tempos à ditadura, ele même, a quem já alguém chamou democracia ditatorial.
Foi com métodos deste tipo que a Etiópia do Sr. Selassié - que agora dirige a delegação do FMI em Portugal - se transformou num estado pária, apesar de ser uma das mais velhas nações do Mundo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Poupar moedas

O secretário de estado Carlos Moedas veio a público elogiar um relatório do FMI em que se sustenta a redução da despesa pública, por via da redução dos salários dos funcionários.
Quando o estado era uma pessoa de bem, os funcionários tinham as suas carreiras garantidas, pelo que se afigura chocante a simples ameaça da redução dos salários.
Se há onde é possível poupar é nos políticos.
Ser político não pode ser havido como profissão e não deve aceitar-se como prostituição. 
Sendo necessário reduzir a despesa, era por aí mesmo que deveria começar-se: cortando cerce as remunerações dos  políticos e substituindo-os por quem se disponha a exercer funções políticas de forma gratuita.
No limite, não deveria nenhum deles ganhar mais do que o salário mínimo, porque o que é considerado suficiente para a sobrevivência de um operário não deve ser também considerado suficiente para a sobrevivência do presidente da república ou do primeiro-ministro que, mesmo assim, haveria de ter outras avenças, pelo simples exercício do cargo.
E se não tiverem... que vão trabalhar.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O pecado de ter casa própria

Ter casa própria passou a ser uma espécie de pecado em Portugal, depois de dezenas de anos em que o próprio estado ajudou as famílias a construir os seus refúgios.
Alguns comentaristas da televisão vão ao ponto de dizer, de forma aberta e ousada, que o que deveria ter sido feito era criar um mercado do arrendamento.
Os bancos poderiam ter financiado os patos-bravos que construíram as casas e assumido a função coletivista de grande senhorio, diretamente, sem terem que andar agora a despejar as pessoas que, porque ficaram desempregadas, deixaram de pagar as prestações.
Já lá vai o tempo em que a maior ambição dos banqueiros consistia em vender talheres com banhos de prata ou bules imitando a louça de Xangai.