Os bancos financiam-se junto do Banco Central Europeu à taxa de 0,75% ao ano. O dinheiro que entra nos seus cofres multiplica-se, porque a reserva legal é inferior a 10% do total dos depósitos, sendo que os empréstimos se transformam, por regra, em depósitos, porque os clientes dos bancos depositam no próprio banco o que lhes é emprestado.
Os mais baixos juros das dividas públicas são sempre superiores a 4.5%. Mesmo sem contar com o efeito multiplicador do crédito - ou seja: se os bancos emprestassem aos Estados, sem os multiplicar, os recursos que vão buscar ao BCE - as entidades financeiras ganham, pelo menos 3,75% ao ano, só de juros, sem contar com as comissões.
Para um pequeno país como Portugal, com uma dívida publica da ordem dos 200.000 milhões de euros, a negociata rende um lucro mínimo de 7.500 milhões de euros, uma brutalidade.
O BCE ganha apenas 0,75%, o que, tomando a base dos 200.000 milhões dá um resultado de 1.500 milhões.
Os chamados "credores" não são mais do que especuladores, que usam o dinheiro do BCE para realizar fortunas colossais, no uso da mesma regra que dizia que a emissão de moeda era exercício da soberania.
Bem se compreende que os particulares não possam emprestar dinheiro aos Estados.