sábado, 9 de março de 2013

Porque é que os particulares não podem emprestar dinheiro ao Estado

Os bancos financiam-se junto do Banco Central Europeu à taxa de 0,75% ao ano. O dinheiro que entra nos seus cofres multiplica-se, porque a reserva legal é inferior a 10% do total dos depósitos, sendo que os empréstimos se transformam, por regra, em depósitos, porque os clientes dos bancos depositam no próprio banco o que lhes é emprestado. 
Os mais baixos  juros das dividas públicas são sempre superiores a 4.5%. Mesmo sem contar com o efeito multiplicador do crédito - ou seja: se os bancos emprestassem aos Estados, sem os multiplicar, os recursos que vão buscar ao BCE - as entidades financeiras ganham, pelo menos 3,75% ao ano, só de juros, sem contar com as comissões.
Para um pequeno país como Portugal, com uma dívida publica da ordem dos 200.000 milhões de euros, a negociata rende um lucro mínimo de 7.500 milhões de euros, uma brutalidade.
O BCE ganha apenas 0,75%, o que, tomando a base dos 200.000 milhões dá um resultado de 1.500 milhões.
Os chamados "credores" não são mais do que especuladores, que usam o dinheiro do BCE para  realizar fortunas colossais, no uso da mesma regra que dizia que a emissão de moeda era exercício da soberania.
Bem se compreende que os particulares não possam emprestar dinheiro aos Estados.

A lógica do pelicano


A dívida pública tem que crescer, porque se isso não acontecer os bancos vão à falência.
Para evitar isso, o governo estrangula os cidadãos, mata-os do coração e de angústia.
Como se um Estado precisasse dos bancos para sobreviver. É a revolução ao contrário.

Justificação deste blog


Não sei porquê, desapareceu o texto com que se abriu este blog...

A lógica, originária do grego λογική, que se lê, mais ou menos como logos, é, no essencial o estudo sobre o raciocínio válido, segundo uns ou sobre a validade do raciocínio, segundo outros.
A lógica foi entendida, ao longo de todos os tempos, como a principal prostituta dos filósofos e dos políticos. Por isso mesmo, um amigo meu, apreciador da lógica contemporânea - e libertário, por natureza - costuma dizer que a a lógica é fodida, pois que tanto nos ajuda a descobrir a verdade como nos faz enveredar pelos caminhos da mentira e da ignomínia.
A lógica tem, contemporaneamente, uma utilidade essencial para a argumentação, que se transformou  quiçá, na principal indústria do inicio do século XXI.
A argumentação tem como objetivo essencial convencer um individuo ou um grupo social a seguir os argumentos do argumentador. 
Bem se compreende que a lógica se tenha desenvolvido em estreita conexão como a política e a guerra. Basta ler, com um mínimo de atenção a República de Platão, O Principe de Maquiavel  ou Da Guerra, de Von Clausewitz.
A lógica, nada tem a ver com o direito nem com a justiça, confundindo-se, mais hoje do que antes.
O direito - no sentido de marcador da justiça - foi definido por Ulpiano (150-223) como uma síntese de viver honestamente, não lesar os outros e dar a cada um o que é seu (honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere).
Ao contrário da lógica - e mesmo da política - o direito, visto nesse sentido, não é um exercício lúdico.
Ao contrário, a política é, cada vez mais, a arte de nos esconder aquilo que nos interessa, como ensinava Voltaire.
Vamos brincar aqui à lógica, ao direito e à política.

24/10/2012